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Embrapa avalia criar ‘Lei Rouanet’ do agro

Da Redação

Esse foi um dos apontamentos feitos no relatório final do Grupo de Estudos Avançados de Aprimoramento do Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária, apresentado neste mês à presidente da Embrapa, Silvia Massruhá. O documento foi criticado por integrantes da gestão anterior da estatal.

A proposta é criar o Programa Nacional de Incentivo à Pesquisa Agropecuária (PNIPA), aos moldes da conhecida Lei Rouanet de incentivo à cultura. A ideia é instituir um instrumento para captar e canalizar recursos privados para investimentos em pesquisa agropecuária. Os contribuintes que destinarem verbas para esse tipo de projeto poderiam deduzir os repasses do Imposto de Renda, em forma de doações e patrocínios.

“Precisamos sair dos modelos tradicionais e dar tranquilidade para a Embrapa trabalhar. Todos os anos é uma batalha para a empresa cumprir seus compromissos, pois nunca sabemos quanto da estimativa orçamentária vai estar disponível”, afirmou Massruhá à reportagem.

Outro sugestão para engordar o caixa com recursos privados nos próximos anos seria criar uma taxa sobre a exportação de produtos que seria destinada a pesquisas. O GT ressaltou que a ideia é complexa e de “dificílima” execução. Esse tipo de taxação enfrenta forte resistência do setor.

“Precisamos inverter o jogo e pensar fora da caixa, com uma estratégia mais sustentável para que a empresa não fique tão apreensiva”, disse a presidente.

O GT sugeriu destinar parte dos recursos dos Fundos para Assistência Técnica, Educacional e Social (Fates), composto por 5% do faturamento bruto das cooperativas, agropecuárias ou não, para financiar a pesquisa. O sistema “S” também poderia contribuir.

Outra possibilidade é trabalhar com os chamados “check-offs”. Usado nos Estados Unidos, o mecanismo permite a negociação direta com as cadeias produtivas específicas, como sojamilho e algodão, para estabelecer um percentual sobre o valor da produção desses itens a ser destinado ao financiamento da pesquisa.

Parcerias público-privadas

A definição das novas fontes de financiamento deve direcionar possíveis mudanças na natureza jurídica da estatal. O relatório do GT indicou propostas de alterações na estrutura e gestão, como a transformação da Embrapa em uma fundação. Massruhá acredita que o modelo atual, de empresa pública de direito privado, ainda pode ser melhor explorado para atrair e gerenciar recursos da iniciativa privada para a pesquisa.

Uma das apostas para melhorar as parcerias público-privadas é a criação do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT). Ele funcionará como um braço de negócios da Embrapa, para gerir os acordos de desenvolvimento tecnológico com a iniciativa privada. Nesse modelo, há ainda a figura de uma terceira via, como uma fundação selecionada pela estatal, que administrará a aplicação dos recursos.

Um piloto do NIT deve ser posto em prática nos próximos meses com unidades descentralizadas que recolhem mais de R$ 1 milhão por ano em royalties de tecnologias já desenvolvidas. Atualmente, a Embrapa recebe cerca de R$ 60 milhões de royalties por ano, valor considerado “muito baixo”, por Massruhá.

Fonte: Globo Rural

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